Aprenda com o mestre: 10 lições de Henri Cartier-Bresson sobre fotografia de rua | Marcus Vinicius Pavan | Fotografia

Aprenda com o mestre: 10 lições de Henri Cartier-Bresson sobre fotografia de rua

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publicado: 19/02/2020

Podemos considerar Henri Cartier-Bresson como o padrinho da fotografia de rua.
 

O fotógrafo francês influenciou muitos outros fotógrafos ao redor do mundo a olhar diferente e de outra forma criativa a fotografia de rua. Juro que já tentei entender sua arte, mas tenho uma grande dificuldade em enxergar no que Henry é tão espetacular. Quem sabe um dia eu chego lá, né?
 

Conheça um pouco mais e aprenda com o mestre 10 lições sobre a fotografia de rua:
 

1. Concentre-se na geometria | 10 lições de Henri Cartier-Bresson
 

Se você olhar para a obra de Henri Cartier-Bresson, verá que ele aplicou poeticamente a geometria em suas imagens. Se você olhar para a composição de suas imagens, perceberá uma integração das linhas verticais, horizontais e diagonais, curvas, sombras, triângulos, círculos e quadrados em sua vantagem. Ele também dedicou especial atenção aos enquadramentos favoravelmente.
 

Não veja o mundo apenas como ele é, busque por formas e geometrias que ocorrem naturalmente bem. Abra sua mente e quebre seu ambiente em diferentes elementos formais. Procure por linhas que podem levar seus sujeitos ou ângulos que possam enquadrar sua imagem. Torne-se poético com suas imagens e integre atores e fases interessantes quando estiver clicando.
 

2. Seja paciente | 10 lições de Henri Cartier-Bresson
 

Quando Henri Cartier-Bresson veio a falar sobre “O Momento Decisivo”, disse ele que, por vezes, seria espontâneo, mas em outras vezes ele teve que ser paciente e esperar por ele. Independentemente disso, ele era muito metódico quando saía e clicava, e só mantinha suas fotos se todos os elementos de sua imagem (pessoas, fundo, enquadramento e composição) fossem perfeitos.
 

Quando você estiver clicando por aí e você vê cenas fascinantes, espere a pessoa certa para andar por completar a sua imagem. Ainda que você não queira acampar durante horas a fio para esperar o momento certo para ocorrer, pratique um pouco de paciência. Nem sempre você precisa sair e caçar foto-oportunidades. Permita que elas venham até você.
 

3. Viaje | 10 lições de Henri Cartier-Bresson
 

Henri Cartier-Bresson viajou pelo mundo e clicou em locais como a Índia, toda a Europa, Estados Unidos, China, e também a África. Quando viajou o mundo, ele foi capaz de captar uma porção diferente da vida e aprender mais sobre as pessoas nativas do local em que estava. Por exemplo, quando estava clicando na Índia, ele ficou lá por cerca de um ano e mergulhou na cultura.
 

Embora seja ótimo clicar fotografia de rua em seu próprio quintal, é excelente viajar tanto quanto você possa fazê-lo. Explore diferentes países e culturas, e isso vai ajudá-lo a inspirar sua fotografia e abrir os olhos.
 

4. Atenha-se a uma objetiva | 10 lições de Henri Cartier-Bresson
 

Apesar de Henri Cartier-Bresson fotografar com várias lentes diferentes enquanto estava em missão trabalhando para a Magnum, ele só clicava com uma 50 milímetros, se ele estava fotografando para si mesmo. Por ser fiel a essa lente ao longo de décadas, a câmera realmente tornou-se “uma extensão do seu olho”.
 

Aplicar a mesma mentalidade quando você sair para clicar. Eu encorajo as pessoas a usarem diferentes distâncias focais para ver o mundo de forma diferente e experimentar, mas, em última análise, permanecer com um único comprimento focal vai ajudá-lo a solidificar a sua visão artística. Você será capaz de perceber enquadramentos naturalmente em sua vida cotidiana, e saber exatamente como suas fotos serão exibidas ao fotografar a partir de determinados ângulos e distâncias.
 

5. Tire fotos de crianças | 10 lições de Henri Cartier-Bresson
 

Uma das minhas fotos favoritas feitas por Henri Cartier-Bresson é deste menino carregando duas garrafas de vinho em seus braços, com o sorriso triunfante de um campeão. Quando eu vi pela primeira vez a imagem, ela me bateu no coração, pois me fez lembrar da minha própria infância. Henri Cartier-Bresson era um mestre em tirar fotos de crianças em seu estado natural, lúdico, criando imagens que transmitem uma bela nostalgia àqueles que as vêem.
 

Hoje em dia é incrivelmente difícil clicar crianças (toda essa histeria nas notícias sobre pedofilia e sequestros). No entanto, as crianças são grandes temas para fotografar quando se trata de fotografia de rua. Na minha experiência, tenho notado que eles não se importam de estar na frente da câmera, e, muitas vezes, ignorá-lo. Portanto, você é capaz de captar a sua verdadeira essência: brincalhona, curiosa, e muitas vezes perversa.
 

6. Seja discreto | 10 lições de Henri Cartier-Bresson
 

Quando Henri Cartier-Bresson ia clicar pelas ruas, ele mantinha-se tão discreto e reservado quanto possível. Cheguei a ler que ele cobria sua Leica cromada com uma fita preta e por vezes até com um lenço para torná-la menos perceptível quando ele estava fotografando. Na maior parte das imagens que ele capturou seus “modelos” estavam alheios à câmera e, portanto, verdadeiramente sinceros.
 

Se quer clicar da mesma forma, vista roupas que misturem-se ao seu ambiente e trabalhe rápido e sem hesitação. Se você assistir vídeos de Henri Cartier-Bresson clicando você pode ver que ele tinha a destreza de um felino e era bastante ágil e rápido. Se vir uma cena que quer capturar, pegue sua câmera, traga-a rapidamente para seu olho e siga em frente antes que alguém possa reparar em você.
 

7. Veja o mundo como um pintor | 10 lições de Henri Cartier-Bresson
 

Antes de Henri Cartier-Bresson aprender fotografia, ele foi primeiramente interessado em pintura. Uma vez que HCB descobriu a fotografia, ele aplicou a mesma estética da pintura clássica em suas imagens. Para HCB, a composição era extremamente essencial, e suas imagens refletem isso de pintores românticos antes dele. Curiosamente, quando ele era muito mais velho, na verdade ele condenou a fotografia e focou o resto de sua vida em desenho. Você pode conferir a entrevista com ele na NPR aqui [eng].
 

Para se tornar um melhor fotógrafo de rua, estude a obra de pintores. Veja como eles utilizam o enquadramento, composição, pessoas e cenas. Um pintor que eu acho absolutamente fascinante é Edward Hopper, que era essencialmente um fotógrafo de rua armado com um pincel. Não limite a sua inspiração apenas a livros de fotografia, explore outras formas de arte clássica, moderna, surreal e abstrata também.
 

8. Não corte | 10 lições de Henri Cartier-Bresson
 

Henri Cartier-Bresson foi veementemente contra o corte. Ele acreditava que, sempre que você tira uma foto, ela deve sempre ser feita na câmera. Se o seu enquadramento ou composição ficava um pouco ruim, ele desprezava a imagem.
 

Embora a minha filosofia pessoal seja um pouco mais frouxa em relação a corte, eu ainda acredito que seja melhor se você pode conseguir suas fotos de rua sem cortes. Se você corta muitas vezes, torna-se preguiçoso com o seu enquadramento quando está clicando, o que irá dificultar a sua visão fotográfica.
 

9. Não se preocupe com o tratamento | 10 lições de Henri Cartier-Bresson
 

Apesar de Henri-Cartier Bresson saber como processar e revelar seu próprio filme, ele nunca fez isso por si mesmo. Ele saía e clicava, e enviava suas fotos para as pessoas em quem confiava, que revelavam o filme por ele. Isso lhe deu uma vantagem enorme porque permitia gastar menos tempo na câmara escura, e mais tempo fora, fotografando.
 

Nesta era moderna e digital, os fotógrafos estão muito preocupados com o pós-processamento. Se você realmente não sabe nada sobre pós-processamento, compre uma cópia do Lightroom 4 e baixe meus [do Eric Kim] presets gratuitos de fotografia de rua [ou ebooks na loja do DG]. Embora eu goste de pós-produção em minhas imagens RAW passando-as para preto-e-branco, passar muito tempo no tratamento irá atrapalhá-lo. Se você tirar uma foto ruim, nenhuma quantidade de “photoshopadas” pode torná-la melhor.
 

10. Esforce-se sempre em fazer melhor | 10 lições de Henri Cartier-Bresson
 

Henri Cartier-Bresson nunca teve muito vínculo emocional com suas imagens. No documentário que eu assisti dele, tentaram surpreendê-lo, imprimindo e mostrando-lhe todo o seu trabalho clássico e anterior sobre as paredes da galeria onde foram entrevistá-lo. No entanto, HCB olhou para eles com pouco interesse e lhes disse que quando ele tirava uma foto, ele poderia simplesmente seguir em frente e buscar pela próxima foto.
 

Embora seja ótimo apreciar o seu trabalho, nunca o idolatre ou deixe que ele lhe deixe estagnado. Se você tem um grande portfólio de imagens, se esforce para obter imagens ainda melhores. Não se satisfaça ou fique complacente. Esforce-se sempre para a grandeza.
 

Fonte: Fotografia DG
 

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Layout Marcus Vinicius Pavan | Finalização Lucas Aguilera | Programação Rodrigo Caetano